sexta-feira, 26 de junho de 2009

Envenenamento - Um perigo próximo!

Os envenenamentos lideram o “ranking” de mortes abruptas de cães, seguidos pelos casos de atropelamentos!
A veterinária Renata Ardito, explica:

“Através dos sintomas é possível ter uma ideia do veneno usado. Por exemplo: com mata-ratos, o animal tem hemorragia, as mucosas ficam pálidas, ocorre letargia e depressão. Com a estricnina ocorrem convulsões, rigidez muscular, taquicardia, hipertermia, apneia e vômito”, diz Renata.

No Brasil, uma portaria de 1980 proíbe produtos contendo estricnina, que figura na lista da Anvisa de substâncias proscritas no país. No entanto, há locais que comercializam o veneno ilegalmente.
Nos envenenamentos por inseticidas, os sintomas são salivação, lacrimação, diarreia, vômito, constrição das pupilas, contrações musculares, respiração asmática, convulsões e coma.
Outras substâncias que os proprietários podem considerar inofensivas também são culpadas por intoxicações de pequenos animais: remédios de uso humano; aspirina, mertiolate e água boricada, por exemplo. Sprays e inseticidas, desinfetantes, ceras e outros produtos de limpeza usados em casa podem também intoxicar o animal.

O chumbinho ou veneno 1080 é um dos venenos mais conhecidos pelo público, à base de estricnina. Muito utilizado no combate aos ratos, o monofluoracetato de sódio é considerado o mais perigoso do mundo porque não tem cor, cheiro ou sabor; é altamente solúvel em água e facilmente absorvido pela pele. Não há nenhum antídoto conhecido e uma colher de chá do veneno pode matar até 100 pessoas adultas!

A morte provocada pelo chumbinho é difícil de determinar, já que os sintomas se parecem com aqueles de um ataque cardíaco. Os sintomas aparecem cerca de 30 minutos após a exposição ao produto e a morte pode acontecer entre duas e sete horas. No Brasil, inclusive, são registradas cerca de 200 mortes de crianças causadas pelo chumbinho por ano.

“Às vezes, os ‘agressores’ misturam dois ou mais venenos diferentes em uma mesma isca. O animal começa a ter vários sintomas, dificultando a identificação dos venenos. Neste caso eu costumo usar todos os antídotos juntos”, reforça a veterinária.

O envenenamento de animais está previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal 9.605, de 13/02/98). O artigo 32 da lei diz que é considerado crime ambiental “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”. A pena prevista é detenção de três meses a um ano e multa.

A SEGUIR ALGUMAS DICAS QUE PODEM AJUDAR A PREVENIR:


O QUE ATRAI ENVENENADORES
É importante entender os motivos que podem levar alguém a querer envenenar um cão. Ladrões envenenam cães para evitar latidos e mordidas e, assim, facilitar a invasão de residências. Vizinhos o fazem por se irritarem com latidos excessivos. Transeuntes podem querer se vingar do cão que late para eles e quer atacá-los, mesmo que esteja por trás de uma grade.

AFASTAR MAL-INTENCIONADOS
Dificulte ao máximo a invasão da sua casa aumentando a proteção dela com outros recursos, além da presença do cão. Quanto maior a dificuldade para invadi-la, tanto menor o interesse dos ladrões pela casa e menor o risco de quererem envenenar o cão.Evite também que o cão seja um distúrbio para a vizinhança. Ensine-o a não latir compulsivamente. Crie maneiras de não fazer os pedestres se sentirem ameaçados ou assustados.
Mais uma iniciativa é pôr uma câmera filmadora, ou uma imitação, direcionada para o portão, para que as pessoas mal-intencionadas se sintam vigiadas.

TREINAMENTO BÁSICO
Um modo simples, porém, muitas vezes não eficaz diante de tantas formas diferentes do cão poder ser envenenado acidentalmente ou por criminosos, é a de ensiná-lo a não comer nada do chão ou dado de outras pessoas que não os seus donos / familiares.
Com o cão preso à guia, deixe algum tipo de comida, preferencialmente as mais atrativas e utilizadas pelos criminosos como carne, por exemplo, jogada ao chão. Passeie com o mesmo por perto e, assim que o cão demonstrar interesse pelo alimento puxe levemente a guia e repreenda-o com um “Não!” bem firme. Repita várias vezes o exercício até que o cão perca o interesse pela isca. Como prêmio, você pode dar um outro pedaço de carne, autorizando-o a comer de suas mãos, ou seja, desta maneira ele assimilará com o tempo que pode comer com sua autorização.
Repita o treinamento aumentando a quantidade de iscas e depois tente fazer o mesmo sem o uso da guia, em locais diferentes, com a presença de estranhos e com o animal sozinho. O treinamento não é fácil. Requer muita paciência, dedicação e tempo. Principalmente com nossos agitados e “gulosos” Fox Paulistinhas!

ADOÇÃO DE TÉCNICAS COMPLEMENTARES
Para aumentar a eficácia do treino, é preciso usar um único local para a alimentação rotineira do cão. Além disso, NUNCA MAIS deverá ser jogada comida para ele no dia-a-dia. Cuidado, portanto, para que as visitas não arremessem pedaços de churrasco ao cão e para que as crianças não deixem cair comida no quintal. Resista firmemente àqueles olhos “pidões”!É importante testar periodicamente se o cão continua rejeitando comida de risco. Simula-se uma situação na qual alimento é atirado por um estranho. Se o cão comer o alimento ou se não houver certeza da rejeição, um novo treinamento deverá ser iniciado ou mesmo avaliar a necessidade de contratação de um Profissional Habilitado para conduzi-lo com maior eficácia.

ATENÇÃO: A QUALQUER SINTOMA DE ENVENENAMENTO LEVE O ANIMAL IMEDIATAMENTE AO VETERINÁRIO!
Fontes consultadas:
Revista Cães e Cia - Edição 333 - Fevereiro 2007 / Alexandre Rossi)
(sites: www.caes-e-cia.com.br / www.caocidadao.com.br)
Revista Pequenos Cães Grandes Amigos
(site: www.pequenoscaes.com.br)
Agradecimentos à Dra. Renata Sanita Ardito, médica veterinária.