Em 1926, ao mesmo tempo em que a Itália assistia ao crescimento do fascismo, o general Umberto Nobile (foto ao lado), um famoso engenheiro aeronáutico, ganhou fama ao sobrevoar o Pólo Norte em um dirigível, o Norge, no primeiro vôo sobre o Ártico de um aparelho mais leve que o ar, levando como passageiros, além do famoso explorador norueguês Roald Amundsen, a sua inseparável cadelinha “Titina”(no caso, nossa heroína!).Encorajado pelo sucesso, Nobile resolveu, em 1928, levar um dirigível aperfeiçoado (o Itália) ao Círculo Polar Ártico e realizar uma façanha impossível aos aviões da época: pairar pelo tempo que fosse necessário, para desembarcar equipes a fim de realizar estudos científicos e, em seguida, trazê-las em segurança à base.
No vôo de volta do Itália, porém, aconteceu a tragédia. O dirigível caiu no gelo, à centena de quilômetros de qualquer ajuda, e os sobreviventes, inclusive o ferido Nobile e a “nossa” Titina, ficaram à deriva em uma geleira instável levada de um lado para o outro por correntes marítimas, enquanto tentavam, em desespero, estabelecer contato com o mundo pelo rádio.
Algumas histórias relatam ainda que depois da queda, a Titina desapareceu por algum tempo, deixando Nobile maluco a procurá-la! Temos para comprovar a história, a música na voz forte de Gabriella Ferri: “Io cerco la Titina”!Dentre algumas curiosidades, também, dizem que quando o pequeno avião de resgate enfim os encontrou, o Nobile, já com a Titina a salvo em sua companhia; carregando-a, saiu correndo em direção à equipe de salvamento, abandonando para trás os seus subordinados, o que gerou grande polêmica com relação a ele, que na imagem aparece sendo carregado, com o braço estendido à nossa heroína!
Dá até para imaginar a fala no ato: “sem a Titina eu não vou!”
À época, o desaparecimento do Itália inspirou uma das mais notáveis operações de salvamento jamais realizadas em todo o planeta: 7 nações e centenas de voluntários lançaram-se numa busca por terra, mar e ar. Nos ermos do Ártico, porém, achar os sobreviventes era tarefa extremamente complicada. Numerosos membros das equipes de resgate ficaram feridos ou morreram – entre eles o mais famoso de todos, Roal Amundsen, vítima de um acidente de avião.
A tragédia do dirigível Itália é uma das histórias mais fascinantes sobre a bravura do homem na conquista do desconhecido e nossa heroína, ancestral de nossos Fox Paulistinhas (por que não?) estava lá! Viva a Titina!
(Agradecimentos à Sra. Marina Vicari Lerario, que nos trouxe a história pelos relatos de sua mãe!)
Abaixo mais imagens que retratam a história, o "amor inseparável" de Nobile à Titina, um jogo educativo, uma imagem de Titina fugindo na hora do acidente e a capa do livro "Tragédia no Pólo", sobre o acidente histórico!
(Clique nas imagens para ampliá-las)
